Os anos sessenta foram anos de descoberta, abertura e ampliação de horizontes para mim. Nos encontros de jovens se comentava sobre o método de evangelização: Ver, Julgar, Agir. Atualmente fui a um desses encontros, onde se completava mais, dizendo:Ver, Julgar, Agir, Celebrar. Nesse tempo estava muito em evidência a leitura dos livros de João Mohana. Eu li alguns deles: Maria da Tempestade, Sofrer e Amar, O Outro Caminho, Céus e Terra no Casamento, A Vida Sexual dos Solteiros e Casados. Ele foi um escritor, padre e psicólogo maranhense. Eu só ao passar em frente à Casa Mohana que ficava à rua Afonso Pena em São Luís, próximo à praça João Lisboa, já sentia vontade de ler mais um livro.
Nas comunidades cantava-se muito as canções religiosas que contavam várias passagens bíblicas como: a da samaritana, O chamado dos apóstolos, Os discípulos de Emaús, etc. Mas tinha um desses cantos que para mim é muito especial. É um dos mais belos e profundos cânticos religiosos populares que é Foi o Amor do padre Joci Rodrigues, também de São Luís. Existia ainda um movimento conhecido pelas siglas: JAC, JEC, JIC, JOC, JUC. Estava também na moda a Jovem Guarda, grupo representado especialmente por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, verdadeiros ídolos daquele período histórico.
O que avalio como negativo daquela época é que nós, os jovens, não éramos informados sobre o que estava acontecendo em Brasília e no resto do Brasil: a ditadura militar, pelo menos onde eu morava e estudava.
Lá não tínhamos acesso a televisão, rádio, telefone ou a qualquer meio de comunicação. Somente nossos superiores ouviam a Voz do Brasil num rádio, mas longe de nós. Assim eu só tive conhecimento desse fato na década seguinte, quando eu já estava cursando o ensino superior.
Mas, como está escrito no livro do Eclesiastes, "para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus". (Eclesiastes 3,1).
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