Hoje eu estou narrando a história dos poucos mas valiosos anos de vida de uma criança, que sofreu muito, porém trouxe muito amor àqueles e àquelas que conviveram com ela.
Esse menino tinha muita vontade de viver, mas a fragilidade de sua saúde o impedia de ter um dia-a-dia como outros de sua idade, que não eram portadores do mesmo problema.
Imagino que a sua mãe biológica não tenha tido, como toda cidadã deste país deve ter, cuidados e proteção dispensados a uma mulher gestante.
Ele passava alguns dias em casa, contudo, devido a gravidade de sua doença (cardiopatia congênita) e outras complicações, deveria permanecer no hospital, aonde tinha o socorro necessário. Eu fui orientada a durante uma convulsão, segurar a língua dele com o cabo de uma colher, para que a mesma não enrolasse e prejudicasse sua respiração.
Eu o visitava duas vezes durante a semana.
Lá no hospital ele dispunha de todos os cuidados possíveis e necessários. O que não podia ser atendido lá, ele era encaminhado para lugares especializados no tratamento, pelo médico.
Eu o batizei em casa, na esperança de um dia levá-lo à Igreja a fim de formalizar esse ato. Infelizmente não deu tempo.
O que me consola é a certeza de que ele está com o Pai do Céu.
Ricardinho, eu te amo!
Tua mãe Geralda Maciel.