sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Por Deus E Pela Pátria


Certo dia, ao participar de uma entrevista num programa na Rede Imaculada, declamei uma poesia que gosto muito e que decorei lá pelos anos sessenta.
Confesso que nunca vi a obra original. Por isso, peço mil desculpas à autora ou autores se faltar alguma parte da mesma.
Agradeço ao bom Deus por ter chegado a mim essa poesia tão emocionante, que agora compartilho neste meu blogger. Veja-a agora:

Por Deus E Pela Pátria
                                   
Gabriela Mistral

Era o cair da tarde de um lindo verão!
Do sol no firmamento, se escondia o clarão.
Uma matrona esbelta, ao lado de um mancebo,
Sentada num rochedo, a contemplar do mar a amplidão.

Era seu filho moço e Henrique se chamava,
Que por um ideal sublime suspirava.
-Henrique, dizia-lhe a mãe bondosa,
Eu quero tua alma tão pura e graciosa
Como as gaivotas que voam.
Eu quero como os lírios teu coração,
Pra vê se Deus te chama ao santo ministério,
À santa vocação.

-Eu? Responde resoluto o filho.
Ó mãe recebe o meu segredo:
Eu quero como muitos, voar pela amplidão
E os grandes espaços cortar num avião.

Da mãe fica o coração partido,
Da frase resoluta do filho destemido.
-Henrique, o que? Aviador serás?
E o meu nobre castelo aqui acabará?
Quisera ver-te um dia ministro do Senhor,
Ministro do altar.

E diz Henrique com os olhos para o céu,
Espero que se rasgue do futuro o véu.
Ouve o grito da Pátria em grande dor,
Suplica do filho o braço defensor.
O som horrível da metralha ardente,
Quebrando o ar, amedrontando a gente.

Quero salvá-la ó mãe querida!
Por ela vou oferecer a minha própria vida.
E ela, a matrona, enxuga em sua face,
A lágrima sentida, a lágrima que lhe nasce.
E diz em êxtase, sufocando um ai,
Meu filho Henrique, é pela pátria vai.

Abençoou e o deixou partir,
Sem que da dor mostrasse o seu sentir, partiu
E nunca mais voltou naquela serra de onde ele voou.
Passaram-se anos...a França triunfante,
O espírito canta em coro deslumbrante!

Mas de Henrique, quem lhe dera nova,
E de sua vida a mais pequena prova? 
Vai um dia cansada de esperar,
Sentar-se no rochedo a contemplar o mar.
Vê surgir um par de asas na amplidão,
E sente como mãe pulsar o coração.

Vê um hidro-avião beijando as águas,
Quase a apagar-lhe do peito as densas mágoas.
Aproxima-se da praia e vê descer,
Um jovem sacerdote e sem o conhecer, lhe diz:
-Senhor, vieste do campo de batalha?
Não viste meu filho Henrique ao pé de uma metralha?
Anseio por ver meu filho que a pátria foi salvar.
Eu desejava vê-lo ministro do Senhor, ministro do altar.

Ele segura o braço da mãe estremecido
E a faz levantar.
Abraça-a com carinho e diz-lhe com ternura
Sou eu teu filho Henrique
Ministro do Senhor, ministro do altar.


18 comentários:

  1. Q maravilha encontrar este poema, antigo, belo, inesquecível! Tb o declamava qdo criança, eu e uma prima, q simplesmente o amava. Porém, nunca soube sua autoria nem lembro sua letra completa... penso q era maior... mas já valeu à pena ter tido a lembrança de pesquisar e encontrar sua postagem. Obrigada!

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    1. Muito obrigada pelas palavras! Fico feliz em poder ter ajudado você a encontrar a autoria. Continue nos acompanhando!

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    2. Esse poema me recorda a infância.declamei muito em festas da escola e da minha cidade.muito boa recordação.

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    3. Eu, Geralda também já a declamei muito.

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  2. Amo esse poema. Conheci essa maravilha aos meus treze anos de idade, hoje conto com setenta. É meu aniversário e consegui ler o poema inteiro que ouvia uma amiga declamar. Obg. Parabéns

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    1. De nada! Eu que fico feliz por ter você aqui no meu blog! Felicidades!!!

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  3. Que felicidade encontrar essa poesia completa! Minha madrinha sempre a declamava, mas o Alzheimer é cruel e hoje não é mais possível ouvir sua declamação. Sempre procurei para relembrar e agora podemos relembrar sua história.

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    1. Bom dia, Leonardo! Fico feliz por você ter conseguido encontra aqui no blog a poesia! Desejo tudo de bom para você e para sua madrinha.

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    2. Eu estudei colégio Redentora em Fortaleza. Reclamei no dia do aniversário do Padre Luís. Nunca esqueci. Até hoje declamou para minhas amigas.

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  4. Maravilhosa, amo essa poesia, declamo (ou recito ) quando as amigas pedem ou em eventos, quando estudava no Colégio Imaculada Conceição, quando trabalhava como professora na Escola Estadual Comendador José da Silva Peixoto, isso em Penedo-AL, onde nasci e onde moro.
    Bem minha poesia tem algumas palavras diferentes , mais no fundi é a mesma poesia. Deus abençoe sua autora , cujo nome soube agora por você. Deus a abençoe Geralda. Me deixou muito feliz por ter registrado essa poesia aí. Abraços.
    Minha avó recitava para o meu avô e para as amigas dela

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  5. Eu, Geralda Maciel, agradeço muito teu acesso a este blog.Que bom que tu gostaste! Continua participando. Obrigada!

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  6. Estava a procura dessa poesia ha muito tempo, recitei qdo eu tinha 14 ano, hoje estou com 72 anos! Obrigada😘

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  7. Eu também amo essa poesia! Por isso faço questão de tê-la no meu blogger.Obrigada.

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  8. Eu, geralda Maciel, apesar de nunca ter encontrado a escrita original dessa poesia , a amo.

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