sábado, 21 de fevereiro de 2015

Os Anos Sessenta

   
Os anos sessenta foram anos de descoberta, abertura e ampliação de horizontes para mim. Nos encontros de jovens se comentava sobre o método de evangelização: Ver, Julgar, Agir. Atualmente fui a um desses encontros, onde se completava mais, dizendo:Ver, Julgar, Agir, Celebrar. Nesse tempo estava muito em evidência a leitura dos livros de João Mohana. Eu li alguns deles: Maria da Tempestade, Sofrer e Amar, O Outro Caminho, Céus e Terra no Casamento, A Vida Sexual dos Solteiros e Casados. Ele foi um escritor, padre e psicólogo maranhense. Eu só ao passar em frente à Casa Mohana que ficava à rua Afonso Pena em São Luís, próximo à  praça João Lisboa, já sentia vontade de ler mais um livro.
     Nas comunidades cantava-se muito as canções religiosas que contavam várias passagens bíblicas como: a da samaritana, O chamado dos apóstolos, Os discípulos de Emaús, etc. Mas tinha um desses  cantos que  para mim é muito especial. É um dos mais belos e profundos cânticos religiosos populares que é Foi o Amor do padre Joci Rodrigues, também de São Luís. Existia  ainda um movimento conhecido pelas siglas: JAC, JEC, JIC, JOC, JUC. Estava também na moda a Jovem Guarda, grupo representado especialmente por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, verdadeiros ídolos daquele período histórico.
     O que  avalio como negativo daquela época é que nós, os jovens, não éramos informados sobre o que estava acontecendo em Brasília e no resto do Brasil: a ditadura militar, pelo menos onde eu morava e estudava.
      Lá não tínhamos acesso a televisão, rádio, telefone ou a qualquer meio de comunicação. Somente nossos superiores ouviam a Voz do Brasil num rádio, mas longe de nós. Assim  eu só tive conhecimento desse fato na década seguinte, quando eu já estava cursando o ensino superior.
       Mas, como está escrito no livro do Eclesiastes, "para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus". (Eclesiastes 3,1).

domingo, 8 de fevereiro de 2015

A Próxima Estação

 

Há duas ou três semanas, numa sexta-feira após o jornal da vida, foi ao ar um programa sertanejo sob o comando do padre Perequito Júnior.    Nesse programa ele fez o seguinte comentário. Foi mais ou menos assim: a vida é como um trem onde embarcamos para nossa viagem. O transporte segue com seus passageiros. Ao chegar em cada estação, ele pára. Umas pessoas descem, outras sobem e essa condução segue sua viagem. Ao chegar no próximo ponto a cena se repete. Gente desce, gente sobe e assim sucessivamente até chegar ao seu destino final. Ele continuou a reflexão:as pessoas que ficam, são as que retornam à casa do Pai e as que entram são que que chegam ao trem da vida.      Mediante o assunto abordado, refleti: durante esse percurso encontrarei gente alegre, triste, animada, desanimada, esperançosas, cansadas , com roupas coloridas ou não. Diante de toda essa realidade, tenho a convicção de que algumas delas deixarão algum registro em minha mente e em meu coração. Seja através de um olhar, um semblante que pode me lembrar alguém, de um gesto ou de uma palavra.      Eis a interrogação: e eu que imagem poderei imprimir nessas pessoas enquanto estivermos viajando? A próxima estação, talvez, possa ser a última para algumas delas e para mim também.