domingo, 29 de junho de 2014

O Número Sete

X Capítulo      

           

        Quando procuro ler a história da vida, lembrando que ler é conhecer, interpretar e situar-se nas realidades deste nosso universo, para que interagindo possamos transformar alguns acontecimentos em algo bem melhor para todas e todos, inclusive, superando a dicotomia entre o trabalho intelectual e o trabalho manual. É por isso que o conhecimento que nos vem através de uma educação pensada, planejada, formal é tão importante e precisa ser acessível a todos os seres humanos a fim de que haja um melhoramento e um aperfeiçoamento em nossas ações cotidianas.
           Sei que muita coisa deve ser feita nesse sentido, mas parto da premissa de que já avançamos e não vamos retroagir nessa luta. É o estudo que nos leva a ter novas perspectivas de realizações. Tenho certeza que é tudo isso que os pais almejam para seus filhos. Meus pais também foram assim. Eram lavradores , mas não queriam  que suas filhas continuassem essa história. Como onde morávamos, só existia uma sala de aula e uma só professora, foi necessário que saíssemos de lá  para estudarmos em outros lugares.
            Papai era um homem bom. Tranquilo e de fé. Mamãe era um pouco mais agitada. À noite nos chamavam para rezar um terço com eles. Em seguida contavam estórias passadas a eles pelos seus ascendentes e assim acabávamos dormindo. Éramos sete irmãs. Minha mãe teve outros filhos, mas somente a primeira e as seis últimas se criaram. Da mãe de papai também nasceram sete filhos todos homens.
             Certa vez comecei a pensar na presença do número sete em várias ocasiões, como por exemplo: além dos dois sete em nossa família, aprendi que a semana  possui sete dias. Que as notas musicais são sete. Que no segundo livro dos macabeus ,  no capítulo sete  conta-nos a história de sete irmãos. Que sete são os sacramentos da igreja católica. Que os dons do Espírito Santo são sete. Que sete são as obras de misericórdia corporais e sete são as espirituais. E ainda, quando uma criança está fazendo alguma travessura, dizemos que ela está pintando o sete. E quando queremos falar de segurança, dizemos que alguma coisa esta guardada a sete chaves, e daí por diante. Puxa, cansei! Número sete obrigada por ter contribuído com este meu trabalho. Sete vezes , obrigada!

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A História de um Líder



                         I
És grande símbolo da resistência,
Contra a escravidão de muitos lares.
A liberdade estava em tua essência,
Último chefe do Quilombo dos Palmares.

                         II

Guerreiro do São Francisco,
Onde respiraste bons ares.
Tratado como um cisco,
Te raptaram  Zumbi dos Palmares.

                         III

Foste dado de presente,
Levado para outros lugares.
O estudo preparou tua mente.
Para liderar o Quilombo dos Palmares.

                          IV

Com o nome de Francisco,
Desbravaste outros mares.
Qual pastor de um aprisco,
Foste tu, Zumbi dos Palmares.

                          V

Caçado como um animal,
Traído por um  de teus pares.
Se pra eles , foi vitória real,
A vitória foi tua, Zumbi dos Palmares.

                          VI

A mentira, a difamação e a perseguição,
Trucidam irmãos sob muitos olhares.
São atestados da mais vil judiação,
Dos carrascos de ontem e de hoje, Zumbi dos Palmares.

                           VII

O auge de tanta violência
Foi a decapitação de Zumbi dos Palmares.
Porém , não se corta uma nobre consciência,
Recebe os nossos mais belos cantares!






quinta-feira, 12 de junho de 2014

Que Situação!

   
   Certa vez quando ainda morava na Alemanha, bairro de São Luís do Maranhão, saí para ir ao cinema. Eu não tinha nenhuma noção do que iria assistir. Nunca tinha entrado em um Cine. Só assistira, antes, em slide, a vida  de algum santo ou outro assunto. O cinema, para mim, era novidade. Logo na primeira casa desse evento, entrei. Foi no Cine Rex que fica no bairro do João Paulo. Fiquei esperando a sessão começar. Quando iniciou a projeção, que surpresa! O filme contava a história  de um menino pobre que ao voltar da escola encontrou sua casa cheia de gente, porque sua mãe  havia morrido queimada e a história continuou narrando seu sofrimento, ao ficar sozinho no mundo. Tinha entrado ali para relaxar um pouco e saí  dali muito triste. O nome do filme é Coração de Luto.
   Outra vez fui novamente ao cinema. Não queria nada que contasse história  onde houvesse sofrimento ou violência.
   Quando a história  começou a ser projetada, estranhei um pouco. Porém tive que assistir Spartacus. Depois as irmãs colocaram à nossa disposição, a coleção intitulada: Os Grandes Romances do Cristianismo. Eu li uns três deles, entre eles, Spartacus.
   Muitos anos depois, resolvi ir novamente ao cinema. Aí eu pensei ...agora vou prestar bem atenção ao nome do filme. Ao passar em frente ao Cine São Luiz em Fortaleza, vi o título do filme e refletir... deve ser uma estória engraçada sobre supertições populares. Esse eu vou assistir! Estando em curso a exibição, levei um susto! Tive  vontade de sair daquela casa de cultura, mas não queria chamar a atenção dos presentes. Pensei em cochilar durante o resto da projeção, mas não poderia  porque estava só. Sem  outra alternativa, só me restou assistir o filme todo. Sabe que filme era?  Sexta Feira  Treze!