Dá-me, ó Deus, forças para tornar o meu amor frutuoso e útil.
Dá-me forças para jamais desprezar o pobre nem curvar o joelho ante o poder insolente.
Dá-me forças para que me humilhe, com amor, diante de ti.
Não sou mais que um farrapo de nuvens de outono, vagando inútil pelo céu, ó Sol glorioso!
Se é teu desejo e teu aprazimento,toma do meu nada, pinta-o de mil cores, irisa-o de ouro, fá-lo flutuar no vento, e espalha-o pelo céu em múltiplas maravilhas...
E depois, se for teu desejo terminar à noite tal recreio, eu desaparecerei, esvaecendo-me em treva, ou talvez em um sorriso de alvorada, na frescura da pureza transparente.
Estes versos são encontrados no livro: O Homem que Calculava de Malba Tahan. (cf. páginas 159 e 160 ).