6º Capítulo

Zezinho,O Pássaro e o Peixe

Certo dia, sentei-me à beira de um lago e tive a impressão de ouvir uma conversa entre um pássaro e um peixe.Talvez tenha sido mais um dos meus sonhos.

O peixe questionava a urgência da humanização do ser humano,que anda meio perdido, injustiçado,insatisfeito.Há necessidade de homens e mulheres serem felizes,ajustados,capazes de conduzir bem seus anseios, suas emoções, sua sexualidade,seu interior. Pois só assim eles poderão, com certeza, respeitar o mundo no qual vivemos. Só o sonho de uma sociedade nova dará às pessoas,um novo direcionamento de seus atos.

Tentando escapar de situações insuportáveis, que eles próprios criaram,buscam como válvula de escape,situações de subvida para seus semelhantes,principalmente os negros,os índios,os pobres,as mulheres.Que covardia!

Parte da sociedade atual precisa se conscientizar do valor do ser humano:alma, corpo,sensibilidade,liberdade de expressão, cultura,entre outros.

Grande parte está ligada aos "homens do lucro exacerbado" que acumulam,acumulam,acumulam, enquanto os, chamados por eles de massa sobrante, sofrem,morrem diariamente , tendo como causa a injustiça.

Aí o pássaro continuou o assunto: realmente, o lucro desmedido é uma droga.Sem amor, sem ternura, sem justiça, poluem os rios e mares; desmatam florestas, sujam o ar. Eles precisam lembrar que seus desatinos podem levar a consequências desastrosas, como até a extinção da vida na terra.Precisamos de ar puro,águas límpidas, flores desabrochando sem poluição, frutos saudáveis para o consumo de todos.Peixes em abundância, pássaros que bailem encantando a natureza. Pois recebemos de Deus um mundo saudável e assim devemos passar às gerações futuras. Isso é vida!

Então ,convoquei todos e todas para juntos concretizar esse sonho e aí acordei.

7º Capítulo

Zezinho e a Rosa

Sonhei , certo dia, que ao passar por certo planeta onde havia pedras enormes, vi também uma rosa bela, esbelta,linda! Parei para apreciar aquele cenário, e, extasiado tive a impressão de ouvir uma conversa entre elas.

A pedra exibia prepotência, tamanho e peso que, de certa forma, ameaçava a existência daquela flor.

Uma pedra, diante do colorido, perfume e audâcia de sobreviver daquela rosa, tenta encobrí-la, abafá-la, a fim de que a mesma não apareça aos que passarem por aquele caminho. Só que essa rosa,que rosa e não se curva jamais a esse terror, lhes diz: Olhem,enquanto vocês tentam me destruir, eu de pé resisto. E lhes digo mais: onde quer que haja terra, ar , orvalho, sol, estarei lá

anunciando para os quatro cantos do mundo, que as rosas são exemplo de vida, beleza e resistência e que por isso são indispensáveis ao universo.E ainda gritarei que a vida não precisa

de medo e arrogância.

Outra pedra a ameaçou dizendo: tu és frágil e posso te destruir, caso não te escondas.

Novamente aquela flor respondeu: essa é a prática de vocês, destruir,destruir, destruir. Contudo

não deixaremos de existir. Pois o Criador continua e a criação também.Fomos feitas e continuamos a existir por vontade de Deus. Por que, então,a fixação de acabar com seres que,como vocês têm a mesma origem?O mal, pode até matar uma, duas ou mais de nós, porém

enquanto houver um pedaço de chão, lá nascerá uma de nós, quer vocês queiram ou não.

Aí as pedras reuniram-se e disseram entre si: será melhor arrancarmos essa audaciosa de uma vez, ou a sacrificaremos devagar, colocando para as demais espéciesque ela é maléfica ao mundo e logo será rejeitada.Este método é usado ao longo da história pelos cruéis e dá certo.Existe ainda a possibilidade de fingirmos uma fatalidade, pois só assim ela deixará de ser uma ameaça ao nosso poder, onde todos devem obedecer cegamente do jeitinho que nós queremos. O diferente nos causa ojeriza.

A rosa percebendo a cilada que tentavam armar contra ela, retrucou: se me arrancares, centenas ou porque não dizer milhares de outras rosas nascerão, crescerão e florirão aqui ou em outra parte, e, ninguém poderá impedir o raiar de um mundo novo, baseado na tolerância, na fraternidade, na beleza, no amor. Esse tempo se aproxima.

Foi aí que corri para abraçar aquela rosa, mas também foi aí que acordei.